Sobre Não Ter Gandes Ambições na Vida …

Não faz muito tempo que me dei conta de algo simples, mas transformador: eu não tenho grandes ambições na vida.

Durante muito tempo, tentei me adaptar ao que o mundo à minha volta parecia exigir. Uma lista de desejos e conquistas materiais, o “sucesso” como as pessoas definem.

Eu achava que queria uma vida assim, cheia de realizações, posses e metas cumpridas. Acreditei, de verdade, que era isso o que me moveria, então joguei toda a minha energia em direção a esses objetivos.

Mas, no fundo, isso gerou problemas que eu sequer precisava ter enfrentado. Angústias que nunca deveriam ter sido minhas.

Sabe aqueles medos que te invadem quando você tenta ser alguém que não é? Hoje percebo que tudo isso veio de não ter sido sincera comigo mesma. Eu nunca tive coragem de admitir: eu não quero essas coisas.

Agora, com um pouco mais de maturidade, consigo ver que esse entendimento —esse alívio de dizer “não” para o que nunca me pertenceu— foi um verdadeiro presente.

Um presente da vida, de Deus, do tempo, que agora me permitem respirar fundo e seguir sem carregar esse peso. Me sinto mais leve, mais em paz, mais conectada comigo mesma.

E com isso vem algo maravilhoso: finalmente posso focar em descobrir o que realmente quero. Onde quero colocar minha energia e meu tempo. Estou pronta para entender o que, de fato, desperta minha alegria, o que faz sentido para mim.

Durante muitos anos, acreditei que queria ser uma grande profissional do marketing digital. E digo “acreditei” porque, lá no fundo, nunca quis de verdade.

Parecia que sim, eu até convenci a mim mesma em algum momento. Mas hoje sei que tudo isso estava dentro de um “quis” com muitas aspas.

Era um “querer” forçado, porque era o que o mundo dizia que eu deveria perseguir: o sucesso e os bens materiais.

E, claro, sendo algo que não vinha do coração, nunca deu certo. A cada tentativa frustrada, a cada vez que não conseguia o que achava que queria, me perguntava: por quê?

Foram anos de frustração, de me ver estagnada enquanto todos pareciam seguir em frente.

Eu queria respostas e, na busca por elas, me aprofundei em crenças, bloqueios, traumas, buscando entender o que havia em mim que me “atrapalhava”.

Mas depois de muito estudo, percebi algo que mudou tudo: muitas vezes, nós achamos que queremos algo, mas a verdade está lá no fundo, escondida no inconsciente, dizendo não, isso não é o que você quer.

No início, não consegui aceitar isso. Como eu poderia acreditar que queria algo, mas ter outra parte de mim convicta do contrário, sabotando minhas ações e mantendo o sucesso sempre distante?

Era como se minha mente estivesse em conflito consigo mesma.

Foi só com o tempo, com muita reflexão e com algumas boas conversas com Deus, que finalmente tive coragem de encarar a verdade: eu não queria aquelas coisas.

Eu só estava com medo. Medo de não ter ambições como todo mundo. Medo de ser vista como “sem rumo” ou “acomodada”.

Eu cresci, como muita gente, acreditando que o valor de alguém está nas posses, nas conquistas. A gente aprende a medir nosso valor assim, por padrões externos, nunca por aquilo que realmente nos faz bem.

E aí vem a pergunta: o que seriam essas ambições que eu deveria desejar? Eu via pessoas se planejando para ter muito dinheiro, mais do que poderiam gastar, como se isso fosse essencial para se sentir bem.

Outras pessoas sonhavam com casas enormes, luxuosas, ou então com o carro mais novo, as roupas da moda, as viagens dos sonhos.

Eu queria isso? Não. O que realmente desejo é uma vida simples, confortável financeiramente, onde eu possa pagar meus boletos, viver bem, me divertir um pouco.

Para o mundo, talvez isso soe como mediocridade, mas para mim é felicidade de verdade.

Talvez, no fundo, eu sempre soubesse que não queria aquilo. Mas estava paralisada pelo medo de admitir. Tinha medo de tornar essa percepção real, de encarar o fato de que, para mim, uma vida de posse e sucesso material nunca foi o que importava.

E aí surge uma pergunta que assusta: e agora? Quem sou eu sem essas ambições que, durante tanto tempo, me foram impostas?

Quem sou eu sem essa sensação de que sempre preciso estar “em busca de algo”? Porque, afinal, dizem que a vida passa rápido e que a gente precisa correr atrás, não é? Sempre nos dizem que não podemos ficar parados.

Eu tive medo disso. Tive medo de ficar parada, de não me encaixar. E, mesmo agora, depois dessa descoberta, confesso que ainda me vejo enfrentando o velho medo de estar “parada”.

Por mais que eu saiba que preciso dar tempo para essa jornada de autodescoberta, há momentos em que sinto a angústia de não saber exatamente para onde estou indo.

Essa incerteza às vezes quer me puxar de volta para a corrida da conquista, me tentando a retomar velhos sonhos só para aliviar essa sensação de estar no processo de “descobrir”.

Mas sei que esse não é o caminho.

Estou exausta de correr atrás de ambições que nunca foram realmente minhas.

Hoje, ao terminar o livro Comece pelo Porquê, percebi que nunca tive um “porquê” genuíno para essa jornada de marketing digital. E isso fez tudo se encaixar.

O dinheiro, só por si, nunca me moveu. Por tantas vezes, me vi chorando e pensando: “Será que sou a única que não se motiva por isso? Se o dinheiro não é o que me impulsiona, então o que é?”

A verdade é que nunca quis ser uma mulher de negócios bem-sucedida e reconhecida. No começo, entrei para o marketing digital porque todo mundo dizia que era fácil enriquecer, que bastava seguir o caminho certo.

E, naquela época, eu mesma não sabia que não queria aquilo.

Hoje percebo que meu interesse estava mais na ideia de ter uma renda própria, de ser independente, de ter meu dinheiro para comprar minhas coisinhas sem depender de ninguém.

E claro, como mulher, essa autonomia é importante para mim. Mas isso nunca foi o sonho da minha vida, nunca foi meu principal objetivo.

Hoje, sinto que Deus está me mostrando outra estrada. Pedi a Ele que me ajudasse a me reencontrar, a descobrir quem realmente sou, sem as expectativas que carreguei por tanto tempo.

E sei que fui ouvida. Por mais que o medo às vezes ainda queira me puxar para trás, sinto que essa é a jornada certa. Sigo adiante, sem pressa, mas com um pouco mais de paz e esperança.

Desejo a todos que encontrem também essa paz para seguir um caminho verdadeiro. Que possam descobrir o que realmente importa e ter a coragem de seguir em frente, mesmo quando o medo vier.

Com carinho, deixo um abraço e a esperança de que continuemos juntos nessa busca.

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Rafhaella Martini

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Sou uma entusiasta do marketing digital e afiliada, mas aqui no blog da rafha, você vai encontrar muito mais do que dicas e estratégias. Esse espaço é meu cantinho para compartilhar experiências e explorar temas que fazem parte da minha vida.

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